Ocean Sisters Group – O que representa?

🌊 Desabafo de Uma Vida no Mar: Entre o Surf, a Cultura e a Consistência

Talvez este texto não seja para ti. Talvez não seja oportuno.
E provavelmente apenas uma pequena parte das pessoas que o abrirem vai ler até ao fim.
Mas escrevo-o assim mesmo, porque há coisas que precisam de ser ditas.

A minha história com o mar

Sou a Inês Tralha. Surfista desde os anos 90, quando quase não havia mulheres no mar em Portugal. 
Na verdade, nessa altura também não havia muitos homens. O surf era quase um segredo, uma vida paralela vivida por poucos.

Entre a Figueira da Foz e o Algarve, passei anos a surfar todos os dias onde estivessem as melhores condições.
Em 2000 conquistei um título nacional,  não por vencer todas, mas por ser consistente.
A consistência sempre foi o meu maior trunfo.

Ouvi mil vezes que o surf não era para mulheres.
Ouvi homens dizerem-me para voltar para a cozinha.
Mas continuei. Continuei a entrar no mar, continuei a treinar, continuei a ensinar.
E ainda aqui estou. No mar, na praia, no surf… e sim, também na cozinha,  mas por escolha, não por imposição.

Dediquei a minha vida inteira ao desporto e ao mar.
Praticar, estudar, formar, ensinar. Sou Professora de Educação Física e Treinadora há mais de 25 anos.

E isto não é apenas currículo. É vida. É identidade.

O que me incomoda hoje

Nos últimos anos tenho assistido a uma explosão do surf em Portugal.
Mais escolas, mais pranchas, mais fatos, mais estrangeiros.
E, infelizmente, também mais superficialidade.

Vejo mulheres a comprar prancha atrás de prancha, a inscrever-se em mais uma aula, em mais um workshop, a seguir mais um surfista qualquer que promete evolução rápida…
Mas, no fundo, ficam sempre no mesmo lugar.

Já te perguntaste porquê?
Já te perguntaste se é isso que realmente queres?
Porque sem método, sem ciência, sem compromisso —> não há evolução.

E mais: vejo comunidades que não se apoiam.
Vejo estrangeiras a chegar, a criar negócios paralelos apenas para pagar a estadia, muitas vezes sem legalidade, sem compromisso com a comunidade, sem respeito pela cultura local.
Vejo grupos que se chamam “sisters”, mas que não apresentam as mulheres locais, que não as apoiam, que não reconhecem quem cá está há décadas a segurar o mar, o surf e a comunidade real.

E pergunto-me: o que significa afinal ser “Ocean sister”?

Ser “Ocean Sister” para mim

Para mim, ser Ocean Sister” é muito mais do que lifestyle.
É respeito. É compromisso. É apoio. É presença.

Não se trata de criar mais um grupo de WhatsApp ou partilhar descontos em lojas.
Trata-se de reconhecer a história.
De saber quem abriu caminho quando não havia ninguém.
De respeitar quem está cá não de passagem, mas de raiz.

O Baleal, na última década, em plena evolução tecnológica, tem vivido mais de álcool e drogas do que de cultura e saúde.
E mexe comigo não assistir a uma evolução cultural —> antes pelo contrário.

Porque escrevo isto

Escrevo isto porque acredito que é tempo de fazermos diferente.
Tempo de resgatar o que tem valor.
Tempo de assumir que falta de compromisso nunca levou ninguém longe.

Foi por isso que criei a Mentoria de Surf para Mulheres.
Um programa de 3 meses, já na sua 3ª edição, pensado para mulheres que não querem brincar ao surf, mas sim evoluir de verdade.
Baseado em ciência, método, compromisso e verdade.
Com o foco em cada mulher, na sua evolução pessoal e desportiva.

Não é para todas.
É para as que querem mais.
É para as que sabem que ser surfista é mais do que vestir um fato e tirar uma foto para o Instagram.


👉 Este desabafo é pessoal. É real. Pode ferir suscetibilidades.
Mas se chegaste até aqui, adorava ouvir-te.
Adorava abrir esta tertúlia com mais mulheres, e não só.

Quero saber: o que significa para ti ser “Ocean sister”?
O que é, para ti, a cultura do surf?
O que é que a praia e o mar te ensinaram sobre compromisso?

Isto não é só sobre Surf. É sobre identidade pessoal, sobre amor próprio, sobre exigência connosco e com os outros, sobre lifestyle, sobre qualidade na longevidade.

Se tens interesse num estílo de vida realmente saudável, no culto de seres humanos mais atléticos (Corpo e mente!!), e culturalmente interessantes, numa comunidade de pessoas interessantes, divergentes, em que possas ser diferente sem julgamento, possas ser recebida e integrada numa comunidade honesta de pessoas que se apoiam, entam vem conhecer o LIFE CUTURE Social Club. – Clica aqui para aderires ao Grupo do WhatsApp e saberes mais sobre encontros, atividades e eventos. Este Clube é teu, e é feito por ti, para ti.

Deixa o teu comentário. Vamos conversar.
Inês Tralha

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